Educação Financeira e Previdenciária

Um momento de reflexão e aprendizado para você, que é participante do plano de benefícios e busca sua longevidade sustentável financeiramente.

VOCÊ NÃO PRECISA SER RICO

Para viver bem – e feliz – em sua longevidade, dinheiro importa, mas está longe de ser tudo

Sempre é tempo de você planejar seu futuro. Por mais que uma das graças da vida seja justamente as surpresas que ela nos apresenta, por outro lado você sabe que, às vezes, as surpresas podem ser um bocado desagradáveis. E, nessas horas, quanto mais preparado você estiver, melhor poderá superar os imprevistos, preservando sua vida e saúde, e a de seus entes queridos.

Você também já conhece o fenômeno da longevidade, abordado aqui mesmo neste Relatório do ano passado. Os brasileiros estão vivendo cada vez mais. Hoje a expectativa de vida ao nascer chega perto de 77 anos, cerca de 30 anos mais que na época de nossos avós. Quer dizer, você terá um futuro cada vez mais longo para desfrutar, o que exigirá maior preparação.

Alcançar seu bem-estar desejado envolve cuidar de alguns fatores principais. Você precisa promover sua saúde, manter sua mente aberta a novos aprendizados, cultivar seus relacionamentos e, se possível, pensar em alguma atividade profissional viável no futuro, em seu atual campo de atuação ou numa segunda carreira.

DIVERSIFICAÇÃO – Para cada um desses aspectos você pode identificar desde já uma série de providências para tomar. Só não descuide de um elemento crucial em cada fase da vida – o planejamento financeiro.

Para Louis Frankenberg, um pioneiro das finanças pessoais no país e autor do livro “Seu futuro financeiro”, seu planejamento começa com o exercício mental de se transportar para sua vida em 20, 30 ou 40 anos. “Você precisa visualizar o que vai querer naquela época”, diz. “Pode ser uma vida boa, confortável, ser feliz com a família, não depender de outras pessoas ou deixar de trabalhar.”

Seus planos serão viáveis somente com uma base financeira, formada pela poupança e pelo investimento de seu dinheiro. Para Frankenberg, a chave do sucesso nos investimentos em longo prazo é sua diversificação.

O pequeno investidor dispõe hoje de várias possibilidades no mercado financeiro para aplicação pela internet. Comece definindo objetivos de poupança de curto, médio e longo prazo. Conhecer os prazos de aplicação é fundamental para escolher investimentos mais adequados. Você já tem seu banco do dia a dia, mas vale a pena uma boa pesquisa com corretoras independentes em busca de praticidade e variedade de produtos.

Renda fixa – São investimentos de menor risco, ou seja, que costumam oscilar menos (menor volatilidade) que os de renda variável. Há tipos de curto e médio prazo, mais conservadores e de alta liquidez (disponibilidade de saque), que seguem o Certificado de Depósito Interbancário (CDI), hoje em torno de 3,75% ao ano. Esse segmento abrange também investimentos de longo prazo, que apresentam maior volatilidade e podem ter como referência outros índices, como o IMA-B.

Renda variável – Esse segmento de alta somente deve ser considerado para investimentos de longo prazo. Ao investir com esse olhar, se você sofrer uma perda, terá tempo para aguardar por uma recuperação. É o caso dos fundos de investimentos em ações, com seus diversos subtipos, como de dividendos ou de empresas menores, ou a aplicação diretamente na B3, a bolsa brasileira.

Fundos imobiliários – Permitem a aplicação de pequenos valores em grandes empreendimentos, como shopping centers, edifícios comerciais e armazéns para logística. Funcionam como opção à compra direta de imóveis, que exige maior capital e trabalho com administração e manutenção. Devem ser encarados como investimento de longo prazo.

Fundos multimercado – São investimentos nos quais os gestores fazem a diversificação entre diversas classes de ativos financeiros. Destinam-se a investidores que aceitam correr mais risco em curto prazo (possibilidade de perdas) em troca de expectativa de maiores rentabilidades em prazos mais longos.

Fundos de investimento no exterior – Aplicações semelhantes aos fundos multimercado, com a diferença de que buscam ativos no exterior. Nessa modalidade, é importante o investidor ter consciência de que corre os riscos de mercados de renda fixa e variável em outros países, como também o risco da variação cambial do real contra o dólar ou euro.

APRENDIZADO – É recomendável ser cauteloso com essas opções, pois devem seguir de acordo com seu perfil de investidor e de cada fase da vida, para sua segurança. A diversificação é importante para você não depender de uma só fonte de renda lá na frente, porque algumas delas podem falhar. “Os fatores imponderáveis têm importância tremenda, é difícil medir todos os riscos de cada opção”, diz Frankenberg. “Quem diria em janeiro de 2020 que o Brasil estaria parado dois meses depois?”

Mas investir em tantas opções diversificadas não requer que você seja rico? Não. Em primeiro lugar, a riqueza é relativa, pois cada pessoa tem um padrão de vida diferente, e uma expectativa razoável é que você não diminua o seu padrão na longevidade.

Ademais, no aspecto financeiro, você já parte na frente em sua jornada. Quanto mais jovem, mais tempo você terá para formar seu patrimônio aos poucos. Também não despreze o recebimento da aposentadoria oficial, que deverá suprir parte de suas necessidades. Seu dinheiro no FGTS encare como poupança de longo prazo, para sacar na aposentadoria. E você ainda conta com o saldo na MSD Prev, formado por seus depósitos mais os da empresa e os rendimentos. Só aí, já são três fontes de renda futura.

Uma coisa é certa, a crise passará! Aproveite para criar, rever e retomar seus planos para o futuro e celebrar a vida.