Educação Financeira e Previdenciária

Um momento de reflexão e aprendizado para você, que é participante do plano de benefícios e busca sua longevidade sustentável financeiramente.

Vida longa a todos

Podemos viver mais e melhor no Brasil que envelhece

Você está preparado para desfrutar uma vida mais longa? E seus filhos, estarão? A revolução da longevidade iniciou-se nos países desenvolvidos e vem chegando por aqui há alguns anos. O brasileiro vive cada vez mais e tem cada vez menos filhos.

Nas últimas décadas, ganhamos quase 15 anos na expectativa de vida média ao nascer. Passamos de 62,6 anos em 1980 a 77,2 anos em 2022, como apontam os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E o fenômeno não vai parar tão cedo.

As projeções indicam a inversão da pirâmide etária no Brasil. O número de idosos aumentará de 5% para 25% da população total de 1980 a 2060. A população idosa será maior que a de crianças em menos de 20 anos, nesta terra que já foi conhecida como país de jovens (veja os gráficos).

A vida longa é um bônus da evolução da sociedade, mas provocará impactos sociais, econômicos e comportamentais. “Está vindo um trem na nossa frente”, diz Nilton Molina, respeitado especialista em previdência privada e presidente do Instituto de Longevidade MAG. “Se não nos dermos conta do fato, correremos o risco de ser atropelados.” Entre as preocupações à frente estão aspectos cruciais de nossa vida, como saúde, previdência, emprego, habitação e educação de crianças.

O QUE FAZER – Uma dificuldade evidente será o sustento da previdência pública. Em 1980 havia 14,4 habitantes em idade ativa (de 15 a 64 anos) para cada idoso (65+) no país. Hoje o índice baixou para a metade, e em 2060 a projeção é cair até 2,3. Com essa perspectiva, as reformas previdenciárias tenderão a reduzir o teto da aposentadoria e aumentar a idade de início do benefício. Até onde podemos ver, o Estado cuidará menos do futuro de cada um.

O que você pode fazer para enfrentar esse cenário?

• Promover a saúde física e mental é óbvio para quem deseja viver mais e melhor.

• Cultivar relações significativas, num ambiente de confiança e afeto mútuo com pessoas a seu redor, é considerado o principal fator para uma vida feliz e saudável numa extensa pesquisa da Universidade Harvard.

Aprender sempre para seu crescimento pessoal e para se manter atualizado no mercado de trabalho.

• Construir sua sustentabilidade financeira. “Todos necessitarão de maior poupança durante a vida ativa”, afirma Molina.

• Alimentar seu capital produtivo mantém sua mente ativa e dá chance para disseminar seus conhecimentos. “Continue trabalhando enquanto tiver capacidade laborativa, adequando sua rotina ao longo da velhice”, recomenda Molina.

As crianças de hoje também devem ser preparadas para viver melhor no novo mundo. Não há fórmula que sirva para todos, mas podemos sim cumprir nosso papel de adultos. “Envelhecer é caro, as pessoas não têm essa noção, mas nenhuma criança acredita que vai envelhecer”, diz a educadora financeira Cassia D’Aquino. “Por isso querer que ela poupe para a previdência é pedir demais.”

Para a educadora, está a nosso alcance incentivar a construção
de uma mentalidade poupadora desde a infância. “Podemos dar à criança a possibilidade de desenvolver objetivos, planejar pequenas ações e perceber que existe uma alegria em atingi-los”, afirma. “É preciso lidar com o tempo para aprender a poupar.” Como diz Molina, “poupar a vida toda é o nome do jogo”.