Mensagem da Diretoria-Executiva

Guerra, sanções, covid, inflação, juros altos e eleições.

O ano de 2022 foi um dos mais agitados da História recente, e tudo isso após dois anos de pandemia, o que é mais impressionante. Iniciamos o ano com o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, admitindo que errou ao subestimar a inflação, chamando a escalada de preços de transitória e, consequentemente, afirmando que a taxa básica de juros americana atingiria patamar elevado. E aqui temos o primeiro e mais importante tema do ano, qual seria o patamar ideal do juro americano para combater a inflação. Essa dúvida perdurou praticamente todo o ano, e somente no último mês o Federal Reserve esclareceu ao mercado que os juros iriam encerrar em patamar levemente superior a 5,00%.

De uma forma ou de outra, o tema de elevação de juros nas economias desenvolvidas já era esperado. A velocidade e a magnitude mais fortes que o precificado pelas curvas de juros trouxeram a extrema volatilidade para os ativos ao longo do ano. O mesmo evento de altas de juros ocorreu em diversas outras economias desenvolvidas, com a inflação, até então coisa de país emergente, atingindo em cheio esses países.

Claramente, a guerra Rússia-Ucrânia foi uma surpresa total, nem o mais pessimista precificava um desenrolar tão arrastado do conflito. As sucessivas sanções aplicadas à Rússia foram desastrosas para a economia global, especialmente para a Europa, que já estava fragilizada por conta da inflação. Nesse momento, a enorme dependência europeia do gás russo e outras commodities colocava ainda mais pressão na escalada de preços.

As commodities em geral dispararam, principalmente as oriundas de Rússia-Ucrânia, como petróleo, gás natural, trigo e fertilizantes, trazendo excessiva incerteza para os investidores globais e para a sociedade como um todo.

Paralelamente a esses eventos, a China aumentava as restrições contra a covid-19, com duríssimos lockdowns, derrubando drasticamente a atividade local. Como o gigante asiático é o maior exportador do mundo, de certa forma também prejudicava as cadeias globais, que já estavam fragilizadas, gerando mais pressão na inflação global.

Em consequência, a inflação nos EUA atinge o maior patamar dos últimos 40 anos, atingindo 9,10% acumulado em 12 meses. O Federal Reserve endureceu ainda mais o comunicado e as altas de juros, com as curvas de juros então atingindo patamar mais realista para o nível de inflação corrente.

BRASIL – No Brasil, a história pode ser dividida em duas partes. Na primeira metade do ano, o sentimento dos investidores era de otimismo, dado que o país foi um dos primeiros a elevar a taxa básica de juros, a Selic, não subestimando a inflação. Isso colocaria o país em vantagem relativa ao restante do mundo, que ainda estava debatendo o que era inflação.

Ainda a disparada no preço das commodities por conta da guerra, de certa forma, ajudou o Brasil, ou pelo menos não prejudicou muito como em outras economias. O Brasil não possuía tanta relação assim com Rússia-Ucrânia, está distante geograficamente e é um dos maiores exportadores de commodities. Ou seja, por um tempo se beneficiou desse cenário mais caótico no mundo.

A taxa de crescimento do país, que iniciou o ano com expectativas próximas de zero, encerrou 2022 acima de 3,00%, impulsionado também por um gasto fiscal, é bem verdade. A melhora nas expectativas também atingiu a inflação. Em meados do ano, o mercado esperava inflação acima de 9,00%, entretanto, com a relativa melhora na economia, a inflação encerrou o ano abaixo de 6,00%.

Todavia, a segunda metade do ano foi marcada quase exclusivamente pelas eleições presidenciais, uma das mais polarizadas da História, gerando uma gangorra nos ativos financeiros a cada novidade oriunda do cenário político. A corrida eleitoral culminou com a vitória de Lula por uma margem apertadíssima, e com a eleição de um Congresso Nacional totalmente hostil ao governo eleito.

Nesse sentido, os ativos financeiros de risco apresentaram elevada volatilidade ao longo do ano, com destaque negativo para os investimentos no exterior, seja de renda fixa, que foi prejudicada pela forte abertura das taxas de juros nos EUA, ou renda variável, encerrando o ano com uma das piores quedas desde a crise de 2008.

Os ativos de risco brasileiros também apresentaram performance aquém do esperado, todos abaixo do CDI.

MSD PREV – No acumulado do ano, os investimentos da MSD PREV rentabilizaram 8,71%, em linha com os demais planos de contribuição definida, que rentabilizaram 8,75% em 2022, segundo o Consolidado Estatístico da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), que acompanha todos os fundos de pensão no Brasil.

O segmento de renda fixa, que engloba aplicações em títulos públicos e privados e representa 73,4% dos investimentos da MSD PREV, rentabilizou 13,28% no ano, acima do CDI e da inflação medida pelo IPCA, que encerraram o ano valorizando 12,37% e 5,79%, respectivamente.

A renda variável, que engloba a alocação em ações listadas em bolsa e representa 8,5% dos investimentos da MSD PREV, apresentou retorno negativo de -5,38%.

Os investimentos no exterior, que se refere a ações listadas em bolsas globais e representa 0,51% dos investimentos da MSD PREV, rentabilizou -28,80%.

O segmento de estruturados, que considera alocações em fundos multimercados e representa 14,61% dos investimentos da MSD PREV, rentabilizou 13,62%, a melhor estratégia de investimentos de 2022.

A diversificação dos investimentos da MSD PREV foi importante para alcançar um resultado positivo no ano, acima da inflação, mesmo em um período extremamente desafiador para os investimentos no Brasil e no mundo.

Resumindo, os investimentos da MSD PREV foram impactados pelo cenário adverso, principalmente a parcela de investimentos no exterior, o principal detrator de performance no acumulado do ano.

MELHORES PRÁTICAS – Além disso, 2022 foi um ano de novas legislações por parte do órgão regulador e mais adequações, em aderência às melhores práticas. As mais importantes tratam sobre a Resolução CNPC nº 50/2022 e a Resolução Previc nº 17/2022, que têm como um dos pontos centrais a flexibilização das opções de institutos para os participantes dos planos de aposentadoria administrados por entidades fechadas de previdência complementar (Resgate, Portabilidade, Benefício Proporcional Diferido e Autopatrocínio). O normativo da Previc estabelece o prazo de 31/12/2023 para adaptação dos regulamentos dos planos de benefícios às disposições obrigatórias trazidas pela Resolução CNPC nº 50/2022.

Outra regulamentação importante se refere à segregação de ativos dos planos de benefícios, sendo necessária a criação de nova conta corrente para fins de operacionalização da independência patrimonial dos planos de benefícios administrados pelas entidades fechadas de previdência complementar.

VALLÉE INCORPORADA – Em 01/03/2022, a Merck Sharp & Dohme Saúde Animal Ltda. incorporou a Vallée S.A., conforme Protocolo de Incorporação e Justificação firmado em 01/03/2022 e devidamente registrado na Junta Comercial do Estado de São Paulo – JUCESP em 17/03/2022, sob o registro 0.240.953/22-8, sucedendo-a em direitos e obrigações perante o Plano de Aposentadoria MSD Prev.

Em 05/08/2022, a MSD PREV enviou para a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) o aditamento do Convênio de Adesão, gerando o número de processo 44011.004830/2022-7. Em 23/10/2022, a Previc, através da Nota 1327/2022, apresentou algumas exigências para aprovação do aditamento. Em dezembro de 2022, a Entidade enviou novamente o processo para aquela autarquia, que o aprovou em 05/03/2023.

INVESTIMENTOS EM INOVAÇÃO – Nosso relacionamento com participantes e assistidos se transforma para utilizar cada vez mais ferramentas de inovação que melhorem a experiência e tragam mais eficiência no serviço, gerando dados que nos permitem analisar pontos de melhoria e esclarecer dúvidas.

PENÉLOPE – A assistente virtual Penélope conta com mais acessos, e estamos com uma base de atendimento muito mais robusta e atualizada, como resultado dos investimentos em inovação.

ADESÃO DIGITAL – A Adesão ao Plano passou a ser assinada digitalmente, facilitando a vida do novo participante.

WEBINARES DE INVESTIMENTO – Reforçamos a nossa comunicação com os participantes utilizando as plataformas internas da empresa como o Yammer, e realizamos em 2022 dois webinares de investimentos.

Este relatório foi preparado com muita atenção, respeito às melhores práticas e a máxima transparência, para que cada participante possa acompanhar as nossas realizações.

Boa leitura!

Diretoria-Executiva